O aumento da influência chinesa no setor de tecnologia

O aumento da influência chinesa no setor de tecnologia

Leandro, coordenador comercial de uma startup de tecnologia, decidiu iniciar seus estudos de mandarim no Clube de Chinês ao notar o crescente impacto das empresas chinesas no setor de tecnologia digital.

Convencido pela relevância da China no mercado de trabalho e fascinado por estudo de idiomas, Leandro passou a considerar aprender a língua asiática. Durante suas pesquisas na internet, descobriu o Pula Muralha e se encantou pela língua chinesa.

Conversamos com Leandro sobre tecnologia e aprendizado de mandarim. Neste post, vamos conhecer mais sobre a visão dele sobre a importância de aprender mandarim para o mercado de trabalho e a influência chinesa no setor de tecnologia.

O aumento da influência chinesa no setor de tecnologia.

Por que estudar mandarim ao trabalhar no setor de tecnologia?

O interesse de Leandro pelo estudo da língua chinesa surgiu da percepção de que o desenvolvimento tecnológico global está se deslocando para a China. Ele teve essa percepção ao trabalhar na Sympla, uma empresa de tecnologia digital, onde participou de uma palestra sobre o assunto.

A palestra foi ministrada pelos criadores do algoritmo da Netflix, que destacaram que a influência global do Vale do Silício está em declínio, enquanto a China está emergindo como uma potência tecnológica.

Segundo os palestrantes, existem previsões de que empresas do Vale do Silício, como Google e Meta, não devem mais liderar em investimentos e inovações no setor de tecnologia de comunicação e desenvolvimento de algoritmos. A tendência atual aponta para um aumento do investimento e da inovação por parte das empresas chinesas nessa área.

Ao observar o crescimento incontestável de aplicativos de origem chinesa, como o TikTok, Leandro teve certeza do aumento da influência tecnológica da China no mundo. Foi então que ele decidiu estudar mandarim com o Clube de Chinês. 

Qual é a primeira sensação ao estudar mandarim?

Em primeiro lugar, Leandro destaca a diferença nos padrões de formação de frases entre línguas ocidentais e asiáticas. No caso da língua chinesa, as construções sintáticas são diferentes das que temos em línguas de origem anglo-saxônica ou latina, sendo mais diretas e lógicas, o que possibilita a construção de frases mais concisas. 

Se adaptar a essas diferenças é o primeiro passo para começar a aprender mandarim. Assim que isso é compreendido, todos os padrões sintáticos do mandarim passam a fazer cada vez mais sentido.

Em segundo lugar,  os caracteres chineses podem parecer exóticos e inicialmente desafiadores. No entanto, o que simplifica o processo de aprendizado é perceber que os caracteres mais complexos, que têm mais traços, normalmente são compostos pela junção de caracteres simples. 

Os radicais e os componentes dos caracteres ajudam na compreensão de seus significados. Além disso, a maior parte das palavras é dissilábica, ou seja, formada por dois caracteres. Esses dois caracteres também induzem a um significado.

Um exemplo disso é a palavra 电脑 (diàn nǎo) – 电 (diàn) significa “eletricidade” e 脑 (nǎo) significa “cérebro”. Essa combinação descreve o computador como um “cérebro eletrônico”. A tradição milenar da língua chinesa possibilita a criação de novas palavras pela combinação de caracteres. Diferentes combinações de sílabas podem gerar novas palavras.

Outro exemplo sobre o vocabulário relacionado ao tema da tecnologia é a forma como os chineses chamam os iPhones. Ao invés de chamarem de iPhones, como fazemos no Brasil, chamam de 苹果 (píng guǒ), que significa maçã. Ou seja, eles optam por usar uma palavra do próprio vocabulário do mandarim ao invés de descrever os smartphones com palavras em inglês ou optar por uma transliteração. 

O que é mais desafiador ao estudar mandarim?

A maior dificuldade no estudo do mandarim é estabelecer uma rotina de estudos. É necessário estudar todos os dias para aprender a língua chinesa de forma eficiente. Por falta de tempo, devido ao trabalho, Leandro levou algum tempo para criar este hábito e estudar o tanto que gostaria. Mas, esteve sempre empenhado em superar essa dificuldade.

Algo extremamente importante é buscar uma comunicação de qualidade. Por isso, para Leandro, a prática dos tons é fundamental. Afinal, errar os tons pode fazer você falar outras coisas, completamente diferentes das que gostaria de dizer.

Nesse sentido, é importante dar o seu melhor para estudar com regularidade, superando pontos fracos na medida em que você se permite errar. Afinal, errar faz parte do aprendizado. É importante se permitir cometer erros, sem tentar parecer um falante nativo, para aprimorar cada vez mais sua comunicação em chinês.

Como o idioma e a cultura chinesa começaram a fazer parte da sua vida?

Leandro passou a escutar músicas chinesas e também a planejar uma viagem para a China. Agora, seu objetivo é viajar para a China e ser capaz de se comunicar com as pessoas nativas. 

Para Leandro, embora sua motivação inicial para estudar chinês seja profissional, atualmente ele não tem a necessidade de utilizar o idioma em seu trabalho. No entanto, ele está esperançoso quanto ao surgimento de oportunidades futuras e deseja estar preparado para se comunicar efetivamente.

Seu conselho para as pessoas que estão pensando em começar a estudar mandarim é simples: “Se joga”. Estude o mandarim de uma vez e descubra como o idioma é muito interessante e agradável. 

Confira nossa conversa completa com Leandro: 

Rafael Queiroz Alves 陈子愈
Rafael Queiroz Alves 陈子愈
Brasileiro. Professor do Clube de Chinês, intercambista pela Universidade de Hubei e mestre em Relações Internacionais e Desenvolvimento pela UNESP.

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