Intercâmbio acadêmico: Doutorado na China

Descubra como se preparar para um intercâmbio acadêmico na China e se inspire na trajetória de Kelly, aluna do Clube de Chinês que realizou seeu doutorado na China!

Você já pensou em fazer um intercâmbio na China? Pois é, a Kelly, aluna do Clube de Chinês, não só realizou esse sonho, como já foi três vezes à China para viver essa experiência — entre elas, ela teve a oportunidade de cursar o doutorado na China!

Na primeira vez, ela realizou um intercâmbio de 6 meses na Universidade de Hubei para estudar exclusivamente a língua e cultura chinesas. Já na segunda vez, ela foi para a Universidade de Fudan, em Xangai, para pesquisar sobre o BRICS (acordo de cooperação econômica entre Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros países emergentes). 

Em 2017, na sua terceira vez na China, Kelly retornou para a China por meio de um programa do governo chinês, com o objetivo de fortalecer a conexão entre as duas culturas.

Hoje, vamos compartilhar a trajetória que a Kelly seguiu para alcançar esses objetivos e as dicas de estudo que ela deu durante sua entrevista, para quem também sonha em fazer um intercâmbio na China.

Preciso estudar os ideogramas desde o início?

Kelly começou a ter aulas particulares com a Sisi em 2012, quando ainda cursava o mestrado. Na época, ela já estudava a relação China e Brasil, por isso passou a ver como essencial o aprendizado de mandarim.

Em 2014, ela intensificou seus estudos ao se tornar intercambista na China. Durante a entrevista, ela compartilhou várias dicas de estudo, incluindo como aprender os ideogramas:

“Exponha-se aos ideogramas, não foque somente no pinyin, use-o apenas como um apoio para a pronúncia, mas não seja dependente deles.”

Ao estudar palavras, Kelly recomenda escrevê-las diretamente em ideogramas e marcar o tom acima delas, evitando o uso do pinyin. Como a entonação é a parte que ela mais tem dificuldade, ela dá atenção extra a isso. Já em relação à gramática e à concordância, ela considera essas áreas mais fáceis de aprender.

Kelly também curte assistir séries e filmes em chinês e sempre aprende palavras novas escutando músicas. A estudante recomenda fazer esse movimento no seu dia a dia para ir se acostumando a ouvir e reconhecer algumas palavras enquanto assiste às produções chinesas.

Vantagens de aprender mandarim para sua vida acadêmica

Se você pretende seguir uma carreira acadêmica em temas relacionados à China, aprender chinês pode ser um grande diferencial. Além de abrir portas para bolsas de estudo e aprovações nas melhores universidades chinesas, também é uma maneira de demonstrar seu interesse genuíno e dedicação. 

Kelly explica que:

 “O pensamento oriental é sempre a longo prazo, enquanto o ocidental foca no curto prazo. Quando você fala um pouco de chinês, você mostra sua preocupação em saber se comunicar e que você não é alguém que vai vir para a China, ficar pouco tempo no país e ir embora. Isso também vai te ajudar a quebrar barreiras do idioma.”

Também vivi algo similar quando fiz minha primeira entrevista para concorrer ao mestrado aqui na China. Fiz a entrevista em inglês, mas ao final me perguntaram em chinês quais são as vantagens de aprender mandarim hoje em dia. Sinto que a receptividade a brasileiros que falam um pouco de mandarim é muito evidente e me senti mais confortável durante meu processo de aplicação.

Kelly também compartilhou suas dicas para construir uma carreira acadêmica de sucesso na China:

“É mais fácil ser aceito se você escolher temas relevantes e pouco controversos. Lembre-se de que você é um observador da vida chinesa e, por meio da ética acadêmica, terá a oportunidade de levar para o seu país o que aprendeu aqui.”

Aqui na China, ainda há muito espaço para se destacar como pesquisador na área, especialmente porque há poucos latino-americanos nesse campo. Por isso, aprender chinês e investir nesse caminho pode ser um diferencial incrível para a sua carreira!

Como ler artigos acadêmicos em mandarim? O vocabulário é sempre difícil?

O interesse da Kelly em aprender é tanto que hoje o principal objetivo dela é se tornar fluente em mandarim, assim como é fluente em inglês. Ela gosta de contratar aulas particulares para treinar conversação e se sentir mais confiante.

Na época da entrevista, Kelly também enfrentava um outro desafio: a leitura de artigos acadêmicos em chinês. No tema que pesquisava, ela precisava ir direto a fontes chinesas e, por isso, sua habilidade de leitura teve que avançar rapidamente.

Ela nos conta que:

“O processo é aos poucos, você precisa ter paciência. Comece com livros infantis e utilize o tempo que tiver para estudar. O ideal seria ter uma tarde exclusiva para estudos, mas temos que fazer um bom uso do tempo que realmente temos. Se eu for estudar 20 minutos, serão 20 minutos bem estudados, por exemplo.”

Ela não sente que hoje é tão difícil ler artigos acadêmicos em chinês, pois já se acostumou com os termos da sua área. Por isso, é importante focar no que vai ser útil para você, dessa forma o vocabulário vai facilitando e ler em chinês formal deixa de ser “um bicho de sete cabeças”.

Kelly também dedica algum tempo para fazer anotações à mão, revisar antes da aula e fazer traduções até decorar as palavras. Outra técnica que ela utiliza é assistir um episódio de série com legendas em inglês e depois apenas em chinês, para praticar a leitura dos ideogramas e associar com a fala.

Como ganhar uma bolsa de estudos para o doutorado na China? 

Existem diversas formas de conseguir bolsas de estudo para a China, falo desse tema com mais detalhes nesse post. No caso da Kelly, ela pesquisou entre as universidades chinesas e se inscreveu num processo para pessoas vindas dos países participantes do BRICS. Ela teve que fornecer documentos como diploma com tradução juramentada e preparar uma carta de motivação explicando a pesquisa que gostaria de realizar e quais resultados pretendia atingir. Ela conseguiu entregar tudo que se comprometeu, tendo inclusive sido publicada graças a essa oportunidade.

Ela recomenda ter um bom planejamento, uma vez que o processo é demorado e os custos envolvidos, para tradução de documentos, por exemplo, podem ser um pouco altos. Também é recomendável que você seja aprovado em algum HSK, mesmo que seja o HSK1 ou HSK2, para demonstrar seu real interesse quanto à língua e cultura chinesas.

Kelly destaca a importância de entender seus objetivos ao escolher a universidade: 

“Em Wuhan, por não ser Pequim e Xangai, que são mais internacionais e com muitos estrangeiros, tive um contato real com a cultura chinesa. Foi uma ótima decisão.”

Por isso, comece a pesquisar as universidades chinesas e ponha a mão na massa para fazer esse sonho se tornar realidade!

Vocabulário para seu intercâmbio acadêmico na China

Alguns dos termos que você precisará aprender durante seus estudos aqui 

1. Artigo – 文章 (wén zhāng)
2. Dissertação – 论文 (lùn wén)
3. Tese – 研究论文 (yán jiū lùn wén)
4. Autor – 作者 (zuò zhě)
5. Pesquisa – 研究 (yán jiū)
6. Orientador – 导师 (dǎo shī)
7. Defesa – 答辩 (dá biàn)
8. Graduado – 毕业生 (bì yè shēng)
9. Programa de doutorado – 博士项目 (bó shì xiàng mù)
10. Universidade – 大学 (dà xué)

O primeiro passo é começar a aprender chinês

Agora você já sabe um pouco mais da jornada da Kelly e pode começar a trilhar a sua! E tudo isso começa com um primeiro passo: aprender chinês.

O Clube de Chinês fornece aulas online para você adquirir a fluência necessária para ir à China e impressionar a todos. Com uma equipe preparada para te apoiar em cada fase do seu aprendizado, você se sentirá mais confiante e entenderá mais da cultura chinesa. Basta clicar aqui para se inscrever para a próxima turma.

Te vejo lá!