Chineses, um povo acolhedor
Veja como Thiago, aluno do Clube de Chinês, fez amigos chineses estudando mandarim.
É possível praticar uma língua tão diferente como o mandarim e ainda fazer novos amigos？Descubra como Thiago, aluno do Clube de Chinês e ilustrador, expandiu seu círculo de amizades com chineses durante sua jornada de estudos.
O estudante, de 23 anos, mora em Porto Alegre e estuda design gráfico. Ele conta que aos poucos começou a se interessar pelo chinês, em suas palavras: “O chinês entrou na minha vida de pouquinho em pouquinho, por vários fatores.” Um de seus primeiros contatos foi aos 10 anos, por meio de um jogo chamado Perfect World, que tem elementos da mitologia chinesa como cenário temático. Essa interação foi crucial para despertar seu fascínio pela estética chinesa.
Com 15 anos, ele iniciou a prática de 咏春拳 (yǒng chūn quán), uma luta chinesa. Apesar de não praticar mais atualmente, Thiago menciona que também foi um ponto crucial em seu contato com a cultura chinesa. O jovem ressalta que os elementos culturais chineses, por conta de suas experiências anteriores, despertam nele um sentimento de nostalgia e emoção.
Com o passar dos anos, em 2019, em uma conversa com sua mãe, ele percebeu que visitar a China não era tão caro. Por esse motivo, começou a pesquisar mais sobre o país e a cultura chinesa. Foi então que conheceu o Pula Muralha no youtube, assistiu vários vídeos e se interessou cada vez mais pela China.
Ainda, o estudante pontua que, ao escutar o mandarim, se encantou com a língua chinesa e sua beleza. Foi nesse ponto que decidiu definitivamente começar a estudar mandarim.
China, arte e design gráfico
Ao aprender seu primeiro idioma estrangeiro, o inglês, Thiago se deparou com um mundo novo de oportunidades, como, por exemplo, poder assistir a filmes e ler livros que não têm tradução para o português. Em sua percepção, o mesmo acontece com o mandarim, já que existem muitos materiais cinematográficos e literários feitos em chinês e sem tradução para outras línguas.
Thiago destaca que, como ilustrador, almeja ter a oportunidade de acessar materiais de estudo em chinês relacionados ao mundo do design gráfico. Ele também descreve como essa área, na China, apresenta traços muito diferentes do que no Brasil, o que certamente enriquecerá seu trabalho. Em resumo, seus objetivos visam agregar não somente no mundo profissional, mas também na possibilidade de estar imerso na cultura chinesa.
Primeiros amigos chineses no Tandem
Com esses objetivos em mente, Thiago conheceu o Tandem, um aplicativo conhecido por oferecer aos usuários a oportunidade de interagir com falantes de outras línguas para trocar conhecimentos linguísticos. No aplicativo, ele utilizava o inglês para conversar com os chineses. Uma de suas primeiras amizades foi com um chinês, professor de língua inglesa para crianças, que buscava aperfeiçoar sua pronúncia no inglês. Por isso, eles se comunicavam frequentemente por videochamadas e pelo chat do aplicativo.
Ao longo da interação, o professor o convidou para conhecer seus alunos por vídeo chamada. Por conta do fuso horário, Thiago teve que ficar acordado durante a noite. Mas, apesar da diferença de horários, ele relata que foi uma experiência incrível, pois as crianças nunca tinham conhecido um estrangeiro antes e ficaram extremamente animadas de falar com o jovem.
Outra experiência marcante para Thiago foi quando esse mesmo amigo o convidou para participar de um aniversário familiar por videochamada. O aluno conta que essa experiência foi muito marcante, pois, após ver muitos vídeos do pula muralha, mostrando como são os aniversários chineses, poder participar dessa experiência ao vivo e junto com chineses nativos foi uma oportunidade única. O brasileiro ainda destaca seu desejo de conhecer esse amigo pessoalmente e visitá-lo em Chengdu, principal cidade da província de Sichuan, na China.
Além do professor de Sichuan, Thiago menciona outra amizade muito importante em seu percurso. Seu novo amigo, Wuhan, diferente do professor, tem uma idade mais próxima à dele, então os assuntos entre ambos se aproximam mais fortemente. E esse amigo foi muito importante para os estudos do ilustrador, pois, segundo suas palavras, “ele praticamente montou um minicurso de chinês”.
Nesse sentido, considerando a rotina corrida de Thiago, que não encontrava muitas lacunas de tempo para estudar, o amigo o incentivou a estudar pelo menos um pouco por dia. Mas o mais incrível é que esse amigo não só o estimulava a estudar, como tentava introduzi-lo na literatura chinesa. Para isso, ele tirava fotos de páginas de livros chineses e encaminhava para o amigo brasileiro, pedindo para que ele traduzisse.
Aprender mandarim abre portas
Com isso, Thiago ressalta que o chinês está ajudando ele a perder a timidez, já que ele se deparou com oportunidades de conhecer novos amigos e conversar com eles em outra língua. O estudante ainda dá uma dica para quem está iniciando no aprendizado: “Não se preocupem, pois os chineses são pessoas maravilhosas e eles vão te acolher muito bem”.
O caminho trilhado por Tiago é fascinante, pois evidencia que o chinês pode abrir portas não apenas no âmbito profissional, mas também para fazer amizades e ampliar a perspectiva de mundo em diversas áreas. Desde a literatura, as artes marciais e os jogos até a ilustração e o design gráfico, a língua chinesa possibilita a entrada em diferentes caminhos.
Ficou interessado na história de Thiago e quer seguir seus passos aprendendo chinês e expandindo sua visão de mundo? Junte-se a nós no Clube de Chinês, onde além de trocar experiências no aprendizado, você terá a oportunidade de se aproximar cada vez mais dessa cultura riquíssima e, quem sabe, criar um círculo de amizade com chineses.
Confira a conversa completa com Thiago:
